O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (8) que o ato que marca um ano dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes em Brasília simboliza a vitória da democracia sobre o autoritarismo.Durante o evento intitulado “Democracia Inabalada”, Lula declarou que “não há perdão para quem atenta contra a democracia e contra seu próprio povo”, destacando que o perdão poderia ser interpretado como impunidade, incentivando novos atos terroristas no país.
“Todos devem ser exemplarmente punidos, não há perdão para quem atenta contra a democracia, seu próprio país e seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade e a impunidade para salvo conduto para novos atos terroristas no nosso país. Salvamos a democracia, mas a democracia nunca está pronta. Precisa ser construída e cuidada todo santo dia”, afirmou o petista.
O presidente ainda afirmou que suas vitórias nas eleições são exemplos da “existência inabalável da democracia nesse país”. Ele ironizou os ataques contra o sistema eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seus aliados e questionou por que eles não renunciam, já que foram eleitos por meio das urnas eletrônicas
“Desde 1989 eu disputo eleições. Aliás, aqui não tem ninguém que disputou tanta eleição como eu. Nem, tampouco, que perdeu também tanta como eu. E nem, tampouco, que ganhou tantas como eu. Essa é a grande arma de participar”, prosseguiu.
Acompanhado pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, Lula participou do evento que reuniu centenas de convidados no Congresso Nacional.
Durante a cerimônia, autoridades fizeram uma reapresentação da tapeçaria de 1973 de Burle Marx, que foi danificada em 8 de janeiro do ano passado por vândalos. Lula, Pacheco e Barroso seguraram um exemplar da Constituição que havia sido roubado por bolsonaristas e posteriormente recuperado.
Além dos discursos, um vídeo institucional com imagens da invasão aos prédios dos Três Poderes e da reação das autoridades foi exibido. Lula, que no dia seguinte aos ataques reuniu os chefes de executivos estaduais no Planalto, destacou a preservação da democracia e criticou a tentativa de terceirizar a crise para os militares através da GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
O presidente ressaltou que optou por resolver a crise na política, afirmando que não daria a outras pessoas o poder de solucionar uma crise que deveria ser resolvida democraticamente.
Neste primeiro aniversário dos ataques, observou-se a ausência de membros da oposição e governadores alinhados a Jair Bolsonaro (PL) na cerimônia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também não participou, alegando problemas de saúde na família.
Os eventos do ano passado envolveram apoiadores de Bolsonaro insatisfeitos com a derrota nas eleições, que depredaram as sedes dos três poderes e pediam intervenção militar. Lula rechaçou a GLO, destacando a resolução da crise na esfera política.
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