A Polícia Federal (PF) prendeu, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (19), quatro militares do Exército Brasileiro e um policial federal envolvidos no planejamento de um golpe de Estado no Brasil. A organização criminosa também tinha como objetivo assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As prisões ocorreram durante a operação "Contragolpe", deflagrada pela PF com autorização de Moraes, no contexto do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no final de 2022 e início de 2023.
Os militares presos, tanto da ativa quanto da reserva, pertencem às Forças Especiais do Exército Brasileiro, uma unidade especializada em operações de alto risco e sigilosas, conhecida como "kids pretos". De acordo com a PF, as investigações revelaram que a organização criminosa utilizou um alto nível de conhecimento técnico-militar para planejar e executar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022.
Dentre os planos da organização, estava o "Punhal Verde e Amarelo", um detalhado plano operacional que visava o assassinato dos candidatos à presidência e vice-presidência eleitos, previsto para o dia 15 de dezembro de 2022. Também estava em pauta a prisão e execução de um ministro do STF, que vinha sendo monitorado de forma contínua, caso o golpe fosse bem-sucedido.
Além disso, a organização tinha elaborado um planejamento com os recursos necessários para a execução do golpe e dos assassinatos, e pretendia instalar um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise", que seria composto pelos próprios golpistas após o sucesso das ações criminosas.
Um dos presos pela PF nesta terça-feira foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro até 2022 e atualmente faz parte da equipe do deputado federal e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello."A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/11) a Operação Contragolpe, para desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito nas Eleições de 2022 e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.
As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).
Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos.
Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.
O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.
Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa".
Confira a nota da PF sobre a operação e as prisões
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